Quando o Lar Não é Seguro: Violência Doméstica e Falta de Moradia

Para muitos sobreviventes de violência doméstica, o lar é onde o medo mora..

Por Cristina Cabral, Manager of Community Impact

Para a maioria das pessoas, o lar é um lugar de conforto e segurança. Mas, para muitos sobreviventes de violência doméstica, o lar é onde o medo mora. O que muitas pessoas não percebem é com que frequência a violência doméstica força indivíduos a ficarem sem moradia. Não é um problema restrito a um único grupo social; qualquer pessoa, independentemente da idade, gênero, raça ou origem, pode ser afetada.

A violência doméstica é uma das principais causas de falta de moradia nos Estados Unidos. Quase uma em cada quatro mulheres em situação de rua perde sua moradia principalmente por causa do abuso do parceiro. No entanto, essa crise vai muito além das mulheres e das crianças. Homens, idosos e pessoas LGBTQ+ também enfrentam abuso e instabilidade habitacional. Adolescentes LGBTQ+ estão em risco particular quando se assumem para pais que não os apoiam e são obrigados a deixar o lar.

Os sobreviventes enfrentam escolhas dolorosas: permanecer em uma casa insegura ou sair sem ter para onde ir. Muitos deixam um relacionamento abusivo com poucos recursos e meios limitados para se sustentar. A falta de alternativas de moradia muitas vezes os leva a permanecer ou a retornar a relacionamentos violentos. Muitos sobreviventes, especialmente mulheres, têm pouco ou nenhum acesso a dinheiro e poucos amigos ou parentes em quem confiar se precisarem fugir. Para sobreviventes com baixa renda ou crédito ruim, frequentemente resultado do controle financeiro exercido por seus agressores, encontrar um lugar seguro para morar pode parecer quase impossível. À medida que o clima esfria, dormir em carros ou em locais inseguros se torna não apenas perigoso, mas também pode deixar os sobreviventes vulneráveis ao tráfico de pessoas, quando traficantes exploram o desespero das pessoas por abrigo e segurança.

O Connecticut Fair Housing Center informa que as mulheres representaram 72 por cento dos atendimentos e que sobreviventes de violência doméstica e sexual frequentemente enfrentam discriminação ou barreiras mais altas na locação de moradias.

O Center for Empowerment and Education (CEE) tem recebido um número crescente de ligações de pessoas que buscam apoio para moradia enquanto fogem de relacionamentos abusivos. Em todo o estado de Connecticut, os abrigos para vítimas de violência doméstica estão constantemente cheios ou acima da capacidade, deixando muitos sobreviventes esperando por um lugar seguro para onde ir. Essa realidade destaca a necessidade urgente de uma defesa comunitária mais forte e de que os representantes eleitos priorizem investimentos em recursos de moradia para vítimas de abuso.

Apesar desses desafios e da contínua escassez de financiamento, o CEE continua trabalhando todos os dias para quebrar o ciclo da violência, oferecendo aconselhamento, apoio e recursos para pessoas em crise. Nossos programas de educação preventiva alcançam escolas, faculdades e grupos comunitários para aumentar a conscientização e promover estratégias que ajudem a prevenir a violência antes que ela comece.

A falta de moradia e a violência doméstica são questões comunitárias que exigem soluções comunitárias. Apoiar organizações sem fins lucrativos que atendem sobreviventes de violência doméstica é essencial para manter indivíduos e famílias em segurança e ajudá-los a reconstruir suas vidas.

Ninguém deveria ter que escolher entre estar seguro e ter um teto sobre a cabeça. Juntos, podemos garantir que todos, independentemente de sua identidade ou origem, tenham acesso a apoio e à oportunidade de recomeçar. Quando a comunidade se une, avançamos juntos rumo a um futuro em que todo lar seja um lar seguro.

Se você ou alguém que você conhece está passando por violência interpessoal, a ajuda está disponível 24 horas por dia. Ligue para a linha direta gratuita e confidencial do CEE pelo (203) 731-5206.